Gosto de decoração. Aliás, adoro. Desde menina brinco de casinha. Eu gostava de bonecas, mas arrumar o porão da casa de meus pais e lá instalar um lar para meus sonhos... Ah, isto era um universo sem limites. As possibilidades que eu possuía eram precárias, mas a minha imaginação era vasta. Vasculhava a dispensa de mamãe e o procurava tesouros no sótão, nos quartos e nas gavetas da velha cômoda. E eu tinha porcelanas, cada qual mais bonita. Eram cacos, mais ou menos assim: belíssimos vasos, sofisticadas tigelas, estilosas sopeiras, bules elegantes e finíssimas açucareiras. E já não não eram pedaços... Em minhas mãos haviam se transformado em peças preciosas. E então... também já não eram cacos, e sim, esculturas inteiras e raras. Tinha também cristais: vidros vazios de medicamentos - de todas as formas e tamanhos. Alguns transformei em cálices. Em outros, fazia buquês. Nessa orgia de encantamentos encontrei diamantes, rubis, esmeraldas e safiras. Em tudo o que eu colecionava, havia a vivacidade de meu carinho. E tudo eram sonhos. O mundo material que criava, era habitado por mim e por minhas histórias, onde estrelavam personagens inventados e reais. Do real ao imaginário, senhoras e moças tomavam café, servido em bules elegantes. Gosto de decoração. Hoje, mais do que ontem.
2 comentários:
Ila, há muito que queria chegar por aqui, mas cadê tempo pra me deleitar desses blog encantador?
Hoje porém, me dei esse luxo de conhecer-te um pouquinho mais, pena que virtualmente.
Com carinho
Fê
Oi Ilaine, tenho que confessar que nunca tinha visto tulipas abertas, são ainda mais lindas.
Beijo!
Simone
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