31 maio 2014

Continuarei a escrever. 
Vou falar baixinho, da forma mais delicada
possível sem, no entanto, me esconder. 
Tentarei redigir palavras em ritmo manso para não 
machucar o momento que poderá estar cristalino. 
O momento de você – cujo espaço eu jamais poderei invadir por demais. 
Que minha escrita soe como um sussurro ao ouvidos de quem me lê. 
Que as palavras possam ter o significado de um abraço, 
a forma de campo florido e sejam delicadas, como as fibras da flor de lótus. 
E que possam amornar corações e que tenham brilho, como a luz do amanhecer. 
Ainda que tudo isto seja audacioso e impossível, esse é o meu sonho. 
Meu desejo é escrever, ainda que a autocrítica me barre tantas vezes. 
Quero me sentir mais livre, 
sem pesar cada termo ou achar que é ridículo ou esdrúxulo. 
Que a humildade permaneça em mim, mas que não me limite em demasia. 
A palavra é o espelho do que sou. Escrevo o que sinto o que penso 
e exponho a minha versão das coisas. O que conto é subjetivo, como as linhas 
desenhadas na palma de minha mão. 
Continuarei a escrever – é minha inquietude. 
É meu sentimento.


 
Vou querer falar de tudo o que me rodeia 
e o mundo estrangeiro em minha vida – que passei a amar




 
Em líricas, continuarei a expor a saudade que sinto de meu país 
e contar sobre a falta que tantas vezes me faz.



29 maio 2014

Tardes feitas para passeios. Cada dia uma jornada, um rumo. 
Hoje fui no Kongens Have, um parque bem no centro da cidade. 
Gosto demais, levo a câmara fotográfica, um livro e uma água. 
O parque real – o mais antigo de Copenhague - 
é um lugar para todos, onde há muito espaço verde, 
próprio para fazer piqueniques, encontrar o namorado, 
jogar conversa fora, estudar, ou... simplesmente curtir o sol. 
E, de todos os ângulos, o castelo retrata, 
de forma majestosa e linda, o pano de fundo. 




Comece o dia amando mais você.
Oswaldo Montenegro







Porque há o direito ao grito.
Então eu grito.
Clarice Lispector





Obrigada pelas visitas em meu blog.
Feliz demais em ver você aqui!



Amo flores, por demais!






Texto e imagens: Ilaine

25 maio 2014

Se você encontrar um caminho sem obstáculos, 
ele provavelmente não leva a lugar nenhum. 
Frank A. Clark 







No meu caminho... a fotografia. 





Minhas manhãs começam cedo. 
Já fui no Emmerys comprar pão e, milagrosamente, 
 consegui renunciar aos muffins de chocolate. 
De bicicleta segui a pequena rua, ladeada de jardins. 
Os pássaros ensaiam os cantos, agora em todos os arpejos. 
E o sol está de visita. Veio para ficar. Hospedou-se. 
Trouxe um afago caloroso, tenso, 
como quem quer suprir suas falhas, sua culpa
 essa imensa falta, os constantes atrasos. 
Seus raios tingem o mundo de luz, raios feito braços compridos enrolados, 
como os ramos da chuva azul que se enroscam por cima da cerca 
e se agarram nas paredes de tijolos vermelhos. 
O sol agora mora no hemisfério norte. 
Quando coadjuvante no inverno, agora é protagonista. 
Atua no cenário, metade herói, metade vilão. 
Debruça preguiçoso nos telhados de ardósia. 
Transforma a noite em quase dia. 
Ilumina e brinca. Esquece dos segundos, dos minutos, 
das horas... e deixa tudo alvo, claro – 
como se fossem noites brancas. 
Minhas manhãs são madrugadas... insones, como o sol.




20 maio 2014

Este vento nórdico que ora sopra... desperta lembranças. 
Ele move moinhos, desalinha os cabelos e dispersa o pólen. 
Estremece a flor, enche o mar de ondas e levanta poeira. 
Vento que vem e que passa, que veleja o barco, 
que espalha perfumes e que traz a chuva. 
É invisível, mas palpável, feito um toque afetuoso. 
Sinto - o, é marcante como uma injúria
e castiga como um abandono. 
E se o vento fosse azul, verde ou branco? 
Mas não tem cor, nem brilho, nem sombra. 
É liso e bordeja o sentimento. 
Vento que tem força, assobia, quebra o silêncio e perturba o sossego.
 Não é brisa , qual nada... rastilha e desfolha todo dia. 
Espaneja felicidade e devassa melancolia. 
Ah, que vento... um imenso tudo. 
Sopra e açoita.









16 maio 2014

Copenhague
Toda a cidade parecia querer me falar algo.
Eu podia ouvir os sussurros por entre as antigas construções.
Tantas coisas para aprender e para escutar.
E o ar, este cheiro forte de mar.
Canais pontilhados de embarcações.
Ruelas para andar. Sentia-a muito perto.
Ela me acolhia, podia perceber seu afago.
Era estranha ao mesmo tempo. Mas não distante. 
Precisava desvendar seu passado,
e seu presente chegava-me muito vivo com
a brisa marítima que batia em meu rosto.
Era assim, nua e crua.
Nada queria esconder,
sua autenticidade era o início de fáceis percursos. 
O balanço de minha procura.


Imagem: Ilaine

14 maio 2014

 Flores. 
Ao sair pelo quarteirão, penso que estou entrando num jardim botânico. 
Impressiono-me com a variedade das espécies. 
Há muitos tamanhos- muitas vezes algumas flores me parecem gigantes. 
As cores são lindas e cada uma é especial, quase única. 
Os aromas se espalham pela ruas.
Faço uma quantidade exorbitante de fotos. 
A natureza exerce um poder enorme sobre nós. 
E a mim... concede felicidade.







Imagens fotografadas depois da chuva. Tempo nublado.