30 abril 2015
23 abril 2015
Quando as árvores estão em flor
Reencontro minhas árvores e a parte de mim que nelas ficou.
Descubro que a saudade, adormecida-acordada,
é maior do que eu calculava, bem maior do que eu supunha.
Então (eu poderia jurar!) é como se elas por mim tivessem esperado,
como se soubessem de minhas demoras;
como se tivessem percebido minha ausência.
Imagens: ontem, em meu quarteirão, que
tem um nome, do qual gosto muito:
o quarteirão dos Compositores

18 abril 2015
O sol agora mora no hemisfério norte
Minhas manhãs começam cedo. Já fui no Emmerys comprar pão e, milagrosamente, consegui renunciar aos muffins de chocolate. De bicicleta segui a pequena rua, ladeada de jardins. Os pássaros ensaiam os cantos, agora em todos os arpejos. E o sol está de visita. Veio para ficar. Hospedou-se. Edificou a barraca para veranear. Trouxe um afago caloroso, tenso, como quem quer suprir suas falhas, sua culpa - essa imensa falta, os constantes atrasos. Seus raios tingem o mundo de luz, raios feito braços compridos enrolados, como os ramos da chuva azul que se enroscam por cima da cerca e se agarram nas paredes de tijolos vermelhos. O sol agora mora no hemisfério norte. Quando coadjuvante no inverno, agora é protagonista. Atua no cenário, metade herói, metade vilão. Debruça preguiçoso nos telhados de ardósia. Transforma a noite em quase dia. Ilumina e brinca. Esquece dos segundos, dos minutos, das horas... e deixa tudo alvo, claro – como se fossem noites brancas. Precocemente, traz a aurora. Espia para dentro de meu quarto, como quem diz, em gargalhadas: Veja, cá estou, bem acordado. Minhas manhãs são madrugadas... insones, como o sol.

16 abril 2015
Assinar:
Postagens (Atom)