Minhas
manhãs começam cedo.
Já fui no Emmerys comprar pão e, milagrosamente,
consegui renunciar aos muffins de chocolate.
De bicicleta segui a
pequena rua, ladeada de jardins.
Os pássaros ensaiam os cantos, agora em
todos os arpejos.
E o sol está de visita. Veio para ficar. Hospedou-se.
Trouxe um afago caloroso, tenso,
como
quem quer suprir suas falhas, sua culpa -
essa imensa falta, os constantes atrasos.
Seus raios tingem o mundo de
luz, raios feito braços compridos enrolados,
como os ramos da chuva azul
que se enroscam por cima da cerca
e se agarram nas paredes de tijolos
vermelhos.
O sol agora mora no hemisfério norte.
Quando coadjuvante no
inverno, agora é protagonista.
Atua no cenário, metade herói, metade
vilão.
Debruça preguiçoso nos telhados de ardósia.
Transforma a noite em
quase dia.
Ilumina e brinca. Esquece dos segundos, dos minutos,
das
horas... e deixa tudo alvo, claro –
como se fossem noites brancas.
Minhas manhãs são
madrugadas... insones, como o sol.
Um comentário:
Querida Ila,
as minhas manhas tambem começam cedo demais.... e o sol se aproxima de mansinho.
bjs
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